domingo, 19 de abril de 2015

Não se brinca com a nobreza




A Nobre Caneta BIC 

Eu e muitas raparigas e rapazes da minha idade conseguimos recordar o inferno dos exames realizados a "caneta de tinta permanente". Numa cópia perfeita ou num ditado irrepreensível, zás, lá caía o pingo, seguido da borradela e das lágrimas gordas escorrendo pelas faces das pobres criancinhas. Mas a ajuda vinha a caminho, mais, já por aí andava: era a esferográfica BIC. Décadas após o lançamento da marca , nos mais variados mercados, entre eles o recatado mercado português, a BIC adquiriu honras de objecto de design no Museu Nacional de Arte Moderna do Centro Georges Pompidou. Porquê? Na verdade, a BIC que muita gente clama como "nossa" foi desenvolvida pelo Barão francês, Marcel Bich, depois de  ter comprado a patente na Hungria. 

O anúncio televisivo, em Portugal, «BIC Laranja- Bic Cristal», era entoado no recreio por nós, a muidagem dos anos 1970, como se de um hino à liberdade se tratasse:

www.youtube.com/watch?v=rL_P2aP-uzI

Quanto às detestáveis "permanentes", deram meia-volta, reiventaram-se e agora são artigos de luxo. A BIC, além de barata, tem estilo. É trendy. Por exemplo, veja-se a TVdesde apresentadores de telejornais a opinion-makers, são muitos os que as exibem com naturalidade. Quanto a mim, ando com a minha preciosa BIC portuguesa na bolsa  e caso a ofereça a alguém, será para declarar-lhe o meu amor. Mas se tal pessoa a extravia, não existe segunda oportunidade. Perdes a caneta, perdes a miúda. Não  se brinca com a nobreza.

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